sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Rumi

SAMA - 
Rumi O Poeta Embriagado de Deus 
 Viemos girando do nada, espalhando estrelas como pó. 
As estrelas puseram-se em círculo e nós no centro dançamos com elas.
 Como a pedra do moinho, em torno de Deus gira a roda do céu. 
Segura um raio dessa roda e terás a mão decepada. 
Girando e girando essa roda dissolve todo e qualquer apego. 
Não estivesse apaixonada, ela mesma gritaria - basta!
 Até quando há de seguir esse giro? 
Cada átomo gira desnorteado, mendigos circulam entre as mesas, cães rondam um pedaço de carne, o amante gira em torno do seu próprio coração. 
Envergonhado ante tanta beleza giro ao redor da minha vergonha.
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Ouve a música do samá. Vem unir-te ao som dos tambores! 
Aqui celebramos: somos todos Al-Hallaj dizendo: “Eu sou a Verdade!” 
Em êxtase estamos. 
Embriagados sim, mas de um vinho que não se colhe na videira; 
O que quer que pensem de nós em nada parecerá com o que somos.
 Giramos e giramos em êxtase.
 Esta é a noite do sama Há luz agora. - Luz ! Luz!
 Eis o amor verdadeiro que diz a mente: adeus. 
Este é o dia do adeus. - Adeus ! Adeus ! 
Todo coração que arde nesta noite é amigo da música. 
Ardendo por teus lábios meu coração transborda de minha boca. 
Silêncio! 
És feito de pensamento, afeto e paixão. 
O que resta é nada além de carne e ossos.
 Por que nos falam de templos de oração, de atos piedosos? 
Somos o caçador e a caça, Outono e primavera, Noite e dia, O Visível e o Invisível. 
Somos o tesouro do espírito. 
Somos a alma do mundo, livres do peso que vergasta o corpo. 
Prisioneiros não somos do tempo nem do espaço nem mesmo da terra que pisamos. 
No amor fomos gerados. 
No amor nascemos